Hoje (24/04) é o Dia Nacional da Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS! Esta data foi escolhida em homenagem ao nascimento de um dos maiores educadores surdos do Brasil, o professor Antônio Carlos de Souza.

A LIBRAS é uma língua completa e complexa, com sua própria gramática e estrutura, e é a língua materna de muitas pessoas surdas em nosso país. Reconhecer e valorizar a LIBRAS é um passo importante para a inclusão e a acessibilidade de pessoas surdas em nossa sociedade.

Aqui em Pimenteiras-PI, a Prefeitura tem o compromisso de promover a inclusão e a acessibilidade de todas as pessoas, incluindo as que se comunicam em LIBRAS. Vamos continuar trabalhando para garantir que todos tenham seus direitos respeitados e possam participar plenamente da vida em nossa cidade.

A prefeita municipal Lúcia Lacerda, que em sua gestão contratou pela primeira vez, na história local, uma intérprete de LIBRAS, fala sobre sua visão à inclusão. "Era essencial incluir a comunidade surda na comunicação da nossa cidade e a intérprete veio como uma excelente solução, dentre outras ações que estamos viabilizando. Parabenizamos a todos os surdos e a comunidade surda em geral, que usam a LIBRAS para se comunicar e se expressar", informou a prefeita Lúcia.

Para a intérprete da LIBRAS do município, Ianaria Soares, esta língua é uma conquista à comunidade surda. “Para mim é uma honra poder fazer essa interpretação entre a comunidade surda e os ouvintes, além de poder fazer parte da inclusão que é a minha realidade pessoal diária, por ser casada com um surdo e ter uma filha ouvinte”, conta Ianaria.

Na visão do professor e mestre no assunto, Edigar Junior, foi primordial a criação dessa linguagem para a comunicação entre os surdos e também os ouvintes. "Em 24 abril de 2002 a comunidade surda conseguiu finalmente o reconhecimento linguístico através da Lei 10436, para todos os efeitos a comunidade surda não possui uma linguagem,  mas sim uma Língua genuína, apresenta  os mesmo aspectos de uma língua oral (fonética, fonologia, morfológica, semântica, sintaxe, arbitrariedade e etc.). A comunidade surda que por muitos séculos foi tratada como  inferior ou como um grupo de pessoas doentes pode finalmente mostrar que é competente como qualquer outro grupo, para produzir literatura, cultura e ocupar qualquer função que desejar. Ainda há socialmente desconhecimento do potencial dessa comunidade, ainda  são excluídos, marginalizados e muitas vezes colocados como dependente dos ouvintes, no entanto, quanto mais me aproximo da comunidade surda mas percebo o seu valor, a história mostra que muitos surdos foram mortos,  torturados em decorrência de sua surdez e até mesmo proibidos de sinalizar por quase 100 anos, no entanto resistiram e resistem até hoje para manter viva a sua língua e história. Parabéns a comunidade que mesmo em face de tantos preconceitos não baixa a cabeça e continua firme para mostrar que as mãos também falam”, explicou o professor.

Para o artesão e instrutor de LIBRAS, Leonardo Pereira, que é um dos cidadãos surdos de Pimenteiras, poder usar da LIBRAS no seu dia a dia é uma necessidade, também por sua vida pessoal. "Minha esposa é ouvinte e interprete de LIBRAS do município e eu sou instrutor, um professor da língua de sinais, então é para nós o principal instrumento de comunicação, inclusive para a nossa filhinha Emily", contou Leonardo.